Andare via lontano cercare un altro mondo
Dire addio al cortile andarsene piangendo
E poi mille strade grige come il fumo
In un mondo di luci sentirsi nessuno
Saltare cent´anni in un giorno solo
Dai carri nei campi agli aerei nel cielo
E non capirci niente e aver voglia di ritornare da te
Brincadeiras à parte, a história da música é bem dramática. Luigi Tenco, compositor, não se conformou com a derrota da música num festival em 1967 e se suicidou poucos dias depois de anunciar seu noivado com Dalida, parceira nessa música. Ela também tentaria o suicídio meses depois, e no fim do ano lançou o disco Olympia 67, no qual cantava essa música e outros sucessos de sua carreira. 20 anos mais tarde ela pôs fim à vida conturbada com uma overdose de remédios.
Os últimos dias foram de torcida, decepção e surpresa para os brasileiros. Mesmo quem não dá a mínima para o que acontece lá do outro lado do mundo deu aquela escapadinha no meio do expediente para espiar a TV e ver o placar. Não se pode ficar indiferente, afinal é nessas horas que o brilhante técnico que há dentro de nós se manifesta. Durante os jogos, somos todos especialistas em futebol, ginástica, saltos ornamentais, hipismo, marcha atlética. E achamos muita graça quando um de nossos atletas cai, perde a vara, perde um gol. “O Brasil é ouro em bronze!”. “Estamos atrás até do Quênia!”. E por que deveria ser diferente? Por que este 1 mês em Pequim seria diferente dos outros 47 em que a grande maioria de nós ignora completamente o que acontece com nossos atletas?
Esporte no Brasil é coisa de gente à toa. Quer castigar um aluno? Corta a eduação física. No país do futebol, praticar qualquer outro esporte custa caro. Não tem patrocínio, não tem incentivo, não tem torcida (a favor, digo, torcendo contra tem um batalhão). O que mais me surpreende nesses eventos é ver a “surpresa” de muita gente com a derrota. A mim, o que surpreende é sim a vitória.
No país do futebol
Eu nunca joguei bem
Poderia ser um sintoma
Mas meu jogo de cintura
Se manifestou de outro jeito
É que eu não sei mentir
Eu tento, eu tento
Mas muitas vezes
Tudo acaba em gargalhada
Eu me entrego no olhar
Gaguejo, espero pra ver se colou
É sempre fácil perceber
Que eu não sei mentir direito
Quem sabe um dia a gente vai entender que o esporte brasileiro precisa é de investimento e não de um punhado de torcedores a cada 4 anos. Ironia ou não, o vídeo é de…snowboard! Vai, Braziu!
O Brasil é uma monarquia dividida: de um lado Bob Charles, nosso Rei de manias esquisitas e ternos azuis; de outro Pelé, o Rei dos gramados, do Santos, dos complexos vitamínicos e da amarelinha. E foi assim, de música e de futebol (muito mais de futebol que de música), que foi feito o Roda Viva de ontem. Eu, o Matias e o Rafael (do ótimo Música de Bolso) ficamos ali um tanto perdidos, esperando a hora em que o Wisnik começaria, enfim, a falar de música. A hora não chegou, com exceção de uma ou outra pergunta como “qual é a melhor música sobre futebol?”, cuja resposta ele já tinha de bate-pronto.
Parábola do homem comum
Roçando o céu
Um senhor chapéu
Para delírio das gerais no coliseu
Mas que rei sou eu
Para anular a natural catimba do cantor
Paralisando esta canção capenga, nega
Para captar o visual
De um chute a gol
E a emoção da idéia quando ginga
No mais, a experiência foi muito legal. A Lilian Witte Fibe fala pelos cotovelos e pareceu muito simpática, e trazia muitas vezes entrevistado/entrevistadores para o mundo real; Paulo Caruso é ninja nas caricaturas, até pros “twiteiros” sobrou; e descobri que realmente não nasci pra ser modelo/atriz/apresentadora. Pra quem perdeu o programa ontem, nossos comentários estão aqui. E agora de volta ao futebol:
E pelo visto minha audição também é. Ontem ouvi duas vezes essa música, no original com o Gil e depois com a Elis, e nas duas vezes ouvi (e cantei, naturalmente) “a perfeição é uma merda”. Tinha gostado tanto da frase! Mas enfim, nem tudo é perfeito mesmo.
Prezado amigo Afonsinho
Eu continuo aqui mesmo
Aperfeiçoando o imperfeito
Dando tempo, dando um jeito
Desprezando a perfeição
Que a perfeição é uma meta
Defendida pelo goleiro
Que joga na seleção
E eu não sou Pelé, nem nada
Se muito for eu sou um Tostão
No vídeo Elis acompanhada muito provavelmente por César Camargo Mariano ao piano (como só aparece a mão fica difícil ter certeza):
Último dia do feriado, último dia em Vitória. Depois de uma voltinha rápida, é hora de fazer a mala. É estranho andar na rua e ver pessoas com a camisa de times do Rio, pra variar um pouquinho. Entre eles, claro, o meu Flamengo 🙂
Neguinho da Beija-Flor – Domingo eu vou ao Maracanã
Domingo, eu vou ao Maracanã
Vou torcer pro time que sou fã,
Vou levar foguetes e bandeira
Não vai ser de brincadeira,
Ele vai ser campeão
Não quero cadeira numerada,
Vou ficar na arquibancada
Prá sentir mais emoção
A música é do eterno puxador da Beija-Flor, aqui interpretada pela velha guarda da Vila Isabel, e postada por uma mangueirense. Que bom que samba não é futebol:
Diário da Música 