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Posts Tagged ‘joao gilberto’

Ontem foi dia do último show no Sesc do mês: Lobão no Sesc Pompéia. O show era parte do projeto Intimidades, que já havia apresentado Renato Teixeira e Chico César e mistura música e entrevista. A de ontem coube a Cunha Júnior, apresentador do Metrópolis da TV Cultura e amigo de longa data do entrevistado da noite. Passeando pelo início da carreira como bateirista, histórias da Vímana, cortes de cabelo do Ritchie, o surgimento e saída da Blitz, Gang 90, drogas e declarações polêmicas, só os causos de Lobão já valeriam a noite. Depois de quase 30 minutos de entrevista, Cunha Júnior se despede e deixa o palco para Lobão, num repertório quase todo composto por músicas dos 3 últimos discos lançados: “A vida é doce”, “2001: uma odisséia no universo paralelo” e “Canções dentro da noite escura”. Eu, como a maioria, não conhecia as músicas (que são boas, aliás), e aqui cabe uma ressalva: show do Lobão no teatro às 18h? Um show destes é do tipo que pede platéia de pé e cerveja na mão!

O público seguia mais o padrão do local/horário que do artista e foi apático durante grande parte do show, salvo a entrevista e as músicas antigas. Lobão, muito simpático com o público, reclamou bastante do som durante todo o show: o retorno, o ventilador, a guitarra desafinada, o pedal…praticamente um João Gilberto do rock. Ironia, não? Pois é, justo ele que tanto critica a bossa nova. Ele, que aliás foi dos únicos compositores que João gravou. E, encerrando o show, a música que ganhou versão (adivinha?) meio bossa nova do Roupa Nova.

Lobão – Corações psicodélicos

Gosto muito do seu jeito, rock’n roll meio nonsense
Rock’n roll meio nonsense, prá acabar com essa inocência
E o complexo de decência no meio do salão
E a vida passa na TV
E o meu caso é com você
Fico louco sem saber

Sim, claro, a versão rock é infinitamente melhor – ainda que gravada toscamente na minha câmera digital e com o Lobão errando a letra. Já as fotos ficaram muito melhores.

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Tem uma coisa que me intriga um pouco na música brasileira. Já repararam como poucos crooners ganharam destaque? Ok, temos Milton Nascimento que até gravou um CD com esse nome, mas no geral os grandes cantores se destacam por serem também compositores: Chico, Caetano, Gil, Tom Jobim, João Gilberto, Roberto Carlos… Por outro lado, na “nova geração” que vemos agora, basicamente composta por mulheres, a grande maioria é de (grandes) intérpretes. Por que será?

Antônio Adolfo e Tibério Gaspar – Sá Marina

De saia branca costumeira
Gira o sol, que parou pra olhar
Com seu jeitinho tão faceira
Fez o povo inteiro cantar

Aqui a voz (sensacional, diga-se não tão de passagem assim) de Wilson Simonal dá vida à composição de Antônio Adolfo e Tibério Gaspar:

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A notícia já é “velha” (ou seja, tem mais de 2 dias): caiu na rede um disco de gravações inéditas de João Gilberto feitas na casa de Chico Pereira. Ontem finalmente ouvi e fiquei encantada com o disco. É literalmente João voz e violão, mas com um clima de “festa lá em casa regada a cerveja”. Entre as pérolas, essa aqui:

Carlos Lyra e Ronaldo Bôscoli – Lobo bobo

Pra ver você que lobo também faz papel de bobo
Só posso lhes dizer, Chapeuzinho agora traz
Um lobo na coleira que não janta nunca mais
Lobo bobo, uuuuh!

Aqui ao vivo com Sandra de Sá e Wilson Simonal:

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Aí ontem eu fui lá ver o show da Bebel Gilberto, apresentando o novo CD “Momento”. Teatro do Sesc Pinheiros lotado, conforme previsto, organização do Sesc como sempre impecável. No horário, Bebel abre o show com a música que dá nome ao novo álbum. A platéia não se comove muito, e tirando alguns gritos de “linda”, “poderosa” e afins quase não interage. Bebel dança, bate palmas, pede palmas, nada. Um delicioso passeio pelos “homenageados” da noite: Novos Baianos com “Acabou chorare”, que teria sido inspirada na própria Bebel quando criança (e, de quebra, homenageando Pedro Baby, filho de Baby do Brasil e agora músico da banda de Bebel) ; Caetano Veloso com “Menino do Rio” e “Baby”, cantada em inglês; “Bananeira”, de João Donato, que Bebel já havia gravado e cantado no show em homenagem a ele; Cazuza, parceiro de Bebel em várias composições, com “Preciso dizer que te amo” e “Mulher sem razão”. E mesmo com tudo isso, o auditório continuava um tanto apático, tão animado quanto um show do pai da moça. No bis, uma última homenagem ao tio Chico Buarque com “Caçada” e o adeus de Bebel.

Cazuza – Mulher sem razão

Saia desta vida de migalhas
Desses homens que te tratam
Como um vento que passou
[…]
Mulher sem razão
Ouve o teu homem
Ouve o teu coração

Esta, regravada recentemente por Adriana Calcanhotto, foi um “puxão de orelha” do amigo Cazuza em Bebel, que havia se separado de Dé há pouco tempo. Música de Dé, com refrão de Bebel e aqui na versão de Adriana:

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Pois é, um dos nossos compositores mais polêmicos fará alguns shows no Brasil. E aí é claro que eu passei dias sonhando com isso, mas nada como um bom choque de realidade e 2 horas em vão numa tentativa frustrada de comprar ingressos…

João Gilberto – Pra machucar meu coração

E uma cruel desilusão
Foi tudo que ficou
Ficou
Prá machucar meu coração
Quem sabe, não foi bem melhor assim
Melhor prá você e melhor prá mim
O mundo é uma escola
Onde a gente precisa aprender
A ciência de viver prá não sofrer

Aqui com Stan Getz:

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O dia ontem foi regado a muita bossa nova. Primeiro na exposição comemorativa dos 50 anos na Oca e fechando com chave de ouro no show em homenagem a João Donato. Perdi o comecinho e quando cheguei a Bebel Gilberto já rodopiava sua saia florida em dueto com Adriana Calcanhotto em “Bananeira”. Saiu Bebel e deixou uma Adriana muito animada sozinha para cantar um de seus grandes sucessos, “Naquela estação”, composição de Donato. Depois vieram Fernanda Takai, com sua timidez mineira habitual, Marcelo Camelo, cantando pra dentro a la João Gilberto, Roberta Sá, absolutamente à vontade no palco e incumbida de chamar o homenageado, que finalmente entrou no palco quase no final do show. De boné e cachecol laranja, deu um show no piano: improvisou, organizou um desfile “das meninas” e até num improvável dueto com Marcelo D2 se saiu bem. Na volta pra casa, mais bossa nova: o taxista, quem diria, tinha uma coleção muito boa da Caras. Disse que sempre que tinha show ele deixava no carro os CDs dos artistas, e quando não achava “pegava na Internet”. Mundo moderno.

Tom Jobim e Newton Mendonça – Samba de uma nota só

Já me utilizei de toda escala
E no final não deu em nada
Ou quase nada
E voltei pra minha nota
Como eu volto pra você
Vou contar pra minha nota
Como eu gosto de você
E quem quer todas as notas
Ré, mi, fá, sol, lá, si, dó
Fica sempre sem nenhuma
Fica numa nota só

Em homenagem ao Donato, fã de jazz, vamos de Ella:

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